quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

MENSAGEM DE FINAL DE ANO - EDITORIAL

Em nome da equipe da FLY CAST desejo a todos um FELIZ NATAL e um Excelente FELIZ ANO NOVO.

Que 2010 seja muito melhor que 2009. Especialmente para quem gosta da pesca com mosca.

Que os FORMADORES DE OPINIÃO pensem o fly com menos amadorismo. Tá passando da hora de termos uma Pesca com Mosca no Brasil mais decente. Menos "OBA OBA" e mais ação. Mais informação de qualidade e menos "cultura inutil".

E 2009 foi legal.

Algumas coisas bacanas aconteceram para ajudar o fly se desenvolver: FLY e CIA, FLY MAGAZINEFLY SHOP BRASIL.

Outras, entretanto, estão estagnadas e sem perspectivas de melhora: TODAS AS REVISTAS "ESPECIALIZADAS" DE PESCA, que mantem a mediocridade e mesmice. Eu, particularmente, cansei dessa papagaida toda. O Fly nessas revistas só tem servido para fomentar a vaidade de alguns que fazem quase tudo pra aparecer. Ridículo.

O TRADE SHOW da PESCA E CIA, em termos de pesca com mosca foi absolutamente MEDÍOCRE. A Summax apresentou uns equipamentinhos bem meia boca .Uma outra empresa que nem me lembro o nome trouxe umas coisas da OKUMA e ponto final. E há quem diga que a tralha da Summax é excelente (não é mesmo, KID??).

Televisão: Num dá nem pra comentar. Nem na internet tem programa de pesca descente.

Ficamos devendo nosso DVD. Não conseguimos finalizar (ainda) todo trabalho que estamos desenvolvendo. Faltou verba e tempo... Coisas de gente inexperiente. Mas ano que vem lançamos a bagaça e espero que tenha a qualidade que estamos buscando.

Com relação aos nossos cursos: Ficamos abaixo da nossa meta.

Foram realizados 14 cursos no decorrer do ano, queríamos atingir 20. Muita chuva, pouca gente interessada.

Confesso que na metade do ano pensei em parar tudo por falta de tesão mesmo... e de ver tanta babaquice acontecendo. E olha que  mantemos os mesmos valores dos cursos há mais de quatro anos, não ajustamos um centavo se quer nesse tempo. E vamos manter os mesmos valores pro ano que vem.

E TEM GENTE QUERENDO FAZER DUMPING em CURSO DE FLY. SOMOS NÓS QUE FAZEMOS DUMPING. Desculpa aí !!!

Nosso turismo anda de mal a pior... E há quem diga que esse ano na Amazônia está um espetáculo... Com a seca que tá fazendo por lá (fruto da imbecilidade humana), está fácil pescar.

Os peixes estão desesperados... lutando pra sobreviver... Isso não é pescaria.

Se alguém acha exagero isso, me aponte 10 destinos de pesca no Brasil que tenha: qualidade de serviço, boa pescaria, proximidade dos grande centros e preços acessíveis. 10 é muito, então aponte 5. Se encontrar um, me dou por satisfeito. UM que seja para FLY!        

A falta de ética é outro fator que vem marcando cada vez mais nosso segmento. Infelizmente. Os "picaretations" estão cada vez mais ativos... Mas um dia a casa cai. Oxalá isso aconteça logo. XÔ PICARETAGEM!

Mas o ano foi legal.

O Flamengo foi campeão num campeonato disputadíssimo pra sorte do meu amigo BULHÃO. O Palmeiras não foi pra libertadores. O tricolor do morumbi manteve-se como melhor paulista no Brasileirão, O Ronaldo Gorducho ainda não catou nenhum travéco, O Internacional teve que torcer pro Grêmio.  Coisa de gaúcho...

Vai entender essa galera.

E por falar nisso, São Paulo (a cidade) teve ontem 63 pontos de alagamento. No ano todo, o Palmeiras no Brasileirão teve 62. Ou seja, Com os 63 pontos de alagamento São Paulo, só ontem, já estaria classificada para a Libertadores. (Piadinha da internet...)

Espero realmente que a galera que foi lá pra  Copenhagen Climate Conference  faça alguma coisa pelo clima do planeta. Senão... "adios pescarias".

Bom... vou ficando por aqui. Amanhã entro oficialmente de férias. Vou pro Caribe e EUA. Vou pescar, ver o Mickey e o Pato Donald, comer pra carai e encher a cara. Se sobrar uns trocos, dou uma passada na Bass Pro pra abastecer o armário. 



Meu desejo pra 2010 é que possamos realmente ter uma pesca com mosca melhor, mais séria e ética, porém,  menos careta e autoritária, como insistem alguns e sem "invenções" mirabolantes tipo fly-dive ou pinchos de 50 metros. Que tenhamos tralha boa e barata a disposição de todos. E que o Papai Noel seja generoso com todo mundo.

Vou dar um tempo nos Blogs e o site deve migrar pra outro servidor. Nossos e-mails, por enquanto, estão uma merda, uma hora funciona outra hora não... sinto muito por isso. Voltaremos com a corda toda em 10 de janeiro de 2010.

Quem quiser, me acha no celular.




Abração a todos,

Marcão.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

HAPPY HOUR DE FINAL DE ANO - ENCONTRO COM OS AMIGOS!

CAROS AMIGOS, na próxima terça feira, dia 8 de dezembro, estaremos promovendo o tradicional  HAPPY HOUR DE FINAL DE ANO da FLY CAST. CONVIDAMOS TODOS os nossos amigos para que venham  degustar uma bela costela assada regada a muita cerveja. E aproveitar para batermos um papo descontraído sobre pesca com mosca.




Local: COSTELÃO CHURRASCARIA E RODIZIO
Av. Luiz Dumont Villares, 542 - Vila Guilherme. Fica próximo ao antigo presídio do Carandiru.
Dia 08/12/2009
Horário: 19:00
Despesas: Cada um paga a sua.



Para confirmar presença, me mandem e-mail flycast@flycast.com.br ou me liguem no meu celular (se não tiver meu celular, me mande um e-mail que eu passo o número!)

Se alguém precisar de carona do centro de São Paulo, me avisem!

ESTÃO TODOS CONVIDADOS!



Se for encher a cara, vá de taxi!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tucunaré Açu - Peacock Bass - Rio Negro - Amazônia

Nosso amigo Luis Guilherme mandou essa foto de um belíssimo tucunaré açu que ele capturou agora em novembro no Rio Negro, no Amazonas. 9 kilos ou quase 20 lbs. Sem maracutaia ou photoshop para aumentar o tamanho do peixe, até porque ele não tem necessidade nenhuma de se valorizar com isso.

Fico muto feliz com a captura dele, pois acompanho a evolução que ele vem tendo no fly, desde o início. O Guilherme foi um daqueles que passou pelos nossos cursos e acho que isso contribuiu para que ele conseguisse essa façanha.

Como diria o filósofo: a sorte acompanha os competentes. Tamanho de peixe não significa muita coisa, no meu modo de entender. Mas competência sim. E isso ele vem mostrando em cada pescaria. O resultado disso não poderia ser nada diferente.

O mais legal da foto é a cara de alegria dele.

PARABÉNS GULHERME!


Fica aqui nossa homenagem a essa bela captura. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

CURSO DE FLY BÁSICO - FLY E CIA - ITU -

Nos dias 7 e 8 de novembro passado ocorreu na cidade de ITU, interior de São Paulo o 1º Curso Básico de arremessos promovido pela FLY e CIA, em parceria com a FLY CAST .


A pesca com mosca, apesar de ser uma das mais antigas das modalidades e de ser praticada no mundo todo, somente nos últimos dez anos começou realmente a ser difundida no Brasil.

As dificuldades do início, quando o material era difícil de ser encontrado e muitas vezes com  qualidade inferior, somada a falta de informação e inexperiência dos vendedores, estão sendo sanadas e já conseguimos bons equipamentos e lojas  de qualidade, como é o caso da FLY e CIA, empresa que vem ganhando espaço nesse mercado tão carente, graças a seriedade com que o MORELLI e sua filha, VANESSA, vêm trabalhando.

Os preparativos começaram com 3 meses de antecedencia, pois havia a necessidade de dimensionarmos o tamanho do grupo, o local a ser realizado tanto o teórico como o prático bme como a definição da data. 


Resolvidos os detalhes, o curso ocorreu na cidade de Itu , na sede da loja da FLY e CIA, onde foi realizado a parte teórica.

O curso, teve início com uma palestra com o intuito de apresentar aos novos pescadores os conceitos mais elementares da pesca com mosca, desde sua origem histórica, discussão sobre equipamentos, manutenção, segurança e iniciação a nomenclatura dos flies.

No dia seguinte, foi realizado o prático no pesqueiro TIO OSCAR.  Temos que destacar, também, o apoio recebido,  onde a equipe de lá não mediu esforços para que o curso ocorresse da melhor maneira possível, com toda a atenção necessária.

No curso prático foram passados os conceitos mais elementares dos arremessos, como postura corporal, empunhadura de vara, transmissão de energia (corpo, vara, linha) exercícios de sincronia, carga de vara e “loops”, sempre partindo dos arremessos mais simples para osmais complexos.


Na foto, a galera que participou do curso:



Em pé: Joji, Vanessa, Morelli (Coordenação), João Emilio (Instrutor), Tadeu, Marcão (Instrutor), Renato e Jorge. Agachados: Toshio, Mario Tadeu, Negão (Instrutor), Mário e Carlos.


A FLY e CIA confiou a realização do curso à nossa responsabilidade. Só temos a agradecer a eles a confiança depositada no nosso trabalho. O curso foi um sucesso!

Já estamos programando mais alguns para o ano que vem.

Acreditamos que este tipo de parceria é o melhor caminho para que a pesca com mosca cresça cada vez mais no nosso país.


Abaixo, mais algumas fotos da turma que participou do curso.


Vanessa, Mario, Tadeu e Renato no teórico




Carlos, atento nas informações do teórico



Entre o Renato e o Carlão,
o Fábio Mattos que veio nos fazer uma visita! (camisa preta)





Vanessa, dando um show de competência!





Toshio mostrando suas habilidades!


Renato, apesar de ser palmeirense (ninguém é perfeito!),
acelerendo a linha no double haul!


Joji, com a peculiar paciência oriental,
foi mais um que teve sucesso no curso.




Carlão juntou a teoria à prática e mandou bem!!

 
Mário Tadeu tirando a linha para mais um arremesso.



a galera reunida para a foto de recordação.

Para saber mais sobre os cursos da FLY CAST, acesse o nosso site http://www.flycast.com.br/

Para conhecer a FLY e CIA, acesse http://www.flyecia.com/

Estaremos publicando em breve (aqui e no site da FLY E CIA) as datas dos cursos do ano que vem. Não perca a oportunidade e venha particpar!
  

                 
  

terça-feira, 24 de novembro de 2009

FLOAT TUBE - REVISANDO O TEMA

Há alguns anos escrevi no site PESCA COM MOSCA o texto FLOAT TUBE - mais sutil e mais perto dos peixes. O texto foi republicado na Revista Pesca e Cia, na edição 121, de 2006, com algumas alterações e adequações para que pudesse se "enquadrar" no espaço impresso. Este texto, também, foi PLAGIADO e publicado na revista Pesca Esportiva, uns meses depois. Obviamente, sem a minha autorização. Sinal que o texto era bom!

Deixando a picaretagem e falta de ética de lado e para que o texto não se perca no tempo, resolvi reeditá-lo aqui com alguns acréscimos e outras informações.

Vamos começar, abordando um pouco da

Origem dos FlOAT TUBES.



A primeira referência histórica conhecida que se tem sobre a origem dos FLOAT TUBES nos remete ao Egito, por volta de 700 anos AC. Um "afresco" datado daquela época com um pescador sentado em uma espécie de bóia e pescando é a alusão mais antiga que se tem notícia sobre os float tubes.

Lendo um livro que trata da hstória da pesca com mosca, encontrei a  imagem que ilustra esta referência.

Na imagem é possível perceber que o pescador não está utilizando uma vara de fly ou qualquer outro caniço de pesca, mas sim uma "linhada de mão".

De fato, a historia nos revela que as bóias (float tubes) tiveram seu uso inicial como lazer. Exatamente como é utilizada hoje: em piscinas, lagos, na praia ou até mesmo no "BÓIA CROSS", muito antes da data sugerida na imagem. Como objeto de lazer, as referências são ainda mais antigas, entre 900 e 1000 anos AC.

Mas como acessório ou instrumento para a pesca, a foto nos dá uma noção de onde pode ter começado.

Mas naquela época não havia borracha, ou materias plásticos. Fico me perguntando de que material seriam esses flutuadores individuais???

Tentei ir atráz dessa resposta mas não encontrei (ainda) nenhuma informação à respeito disso.

As primeiras referências dos float tubes, no formato que conhecemos hoje surgem no final de 1800. A relação é direta com as primeiras patentes dos pneus de carro, que surgiram no início de 1800.

Os primeiros FLOAT TUBES eram exclusivamente em "O" e a imagem que segue da uma idéia de como eram fabricados.

A diferença fundamental para os modelos atuais é que os primeioros float tubes não eram infláveis e sim de borracha dura. Somente com o surgimento das câmaras de pneus e com a sua utilzação é que a coisa mudou. Hoje, os modelos mais modernos não se utilizam de borracha mas sim de Vinil.

Com a utilização do novo material, os modelos também foram se aperfeiçoando.

Os float tubes de hoje são muito mais leves e práticos do que os fabricados no início do século e permitem inclusive sejam acoplados diversos acessórios como veremos a seguir.


Na foto, podemos observar um modelo do inicio do século.

A bóia vinha revestida com "CANVAS", ou se preferirem, um lona feita a base de algodão. Claro que o tecido encharcado deixava o float tube muito mais pesado.

Somente na década de trinta, com a invenção dos "pés de pato", destinados ao mergulho, foram adicionados à locomoção pescadores que usavam o float tube. Antes usava-se um pequeno par de remos que podia ser acoplado ao próprio corpo do float tube.

Mas o que é o FLOAT TUBE?

Antes dessa explicação, vamos imaginar algumas situações.

Imagine uma região, como um lago, uma pequena represa, um riozinho de mangue onde a navegação com um barco motorizado seja proibida.


Imagine que nesse mesmo local existam diversas estruturas repletas de peixes que estes pontos são impossíveis de se chegar por terra, também.



Imagine agora, você chegando ao local, em silêncio, podendo explorar toda essa área.

Fazer seus arremessos bem próximos a estruturas quase no mesmo nível da água.


Com um float tube isso é possível.

Também conhecido como belly boat (bote de barriga), esse equipamento nada mais é que um tubo flutuador individual para pesca.

É composto por uma câmara de ar envolta em tecido (geralmente nylon ou lona), um assento e dois grandes bolsos ao longo dos braços dessa cadeira.


O encosto geralmente é formado também por uma ou duas câmaras de ar separadas.

A maioria dos modelos de float tube possui diversos anéis para prender outros equipamentos (um passaguá, uma corda, uma pequena corrente que pode servir de poita). E, para manter a linha de fly desenrolada fora do colo do pescador, é fixada uma rede ou tela de tecido na altura do apoio dos braços. Apresenta também duas presilhas para fixar a vara de fly.

Em vez de remos para navegar, o pescador utiliza nadadeiras ( pés de pato) calçadas sobre os tênis, ou botas (wading shoes ou de neoprene).

Com esse recurso, as mãos ficam livres para a pesca ou outra atividade, como a fotografia, e a observação de pássaros e animais.



Modelos e Performances

Existem diversos formatos de float tube.

Quanto ao formato, este pode ser fechado ou aberto.

O float tube fechado ou redondo segue os padrões mais antigos, podendo ser fabricado em borracha como as câmaras de pneus de carros ou caminhões, ou mesmo de vinil.

Já os belly boats com formato aberto, podem apresentar desenhos diferentes.

Os mais comuns são o modelo em “U” e o modelo em “V.


Mesmo com funções semelhantes e diferenças sutis, cada modelo tem suas peculiaridades e vantagens.

O modelo em “O”, geralmente é composto por uma câmara de ar de pneu de caminhão ou trator. Dessa forma caso aconteça um pequeno furo, qualquer borracheiro pode sanar o problema.


Nos modelos em “U” ou em “V” a câmara de ar é composta de outro material, uma espécie de plástico (vinil) bastante resistente. A válvula para inflar é também é diferente, exigindo uma bomba de ar específica.



Optar entre o tipo aberto ou fechado é o que determina a forma em que o pescador entra ou toma assento no float tube. No modelo em “O” é necessário que o pescador primeiro calce as nadadeiras e então “vista” o float tube (como quem veste uma calça ou bermuda).



Esse procedimento deve ser feito ainda no seco. Nos modelos em “U” e em “V”, simplesmente o pescador poderá tomar assento já dentro d’água. Uma barra de segurança presa à tela e ao assento evita que o pescador escorregue.

Quanto à navegabilidade, os modelos abertos possuem um deslocamento um pouco melhor o que o modelo em “O”. Esse pequeno ganho no rendimento pode ser compensado com a utilização de nadadeiras com pás mais longas.

O deslocamento sempre é feito empurrando a água para trás, semelhante ao movimento dos remadores olímpicos. As nadadeiras também são bastante úteis para mudar a direção e controle de velocidade do float tube quando a pesca for em local com influência de correnteza ou maré.



O pescador tem que ter em mente que o float tube não foi projetado para cobrir grandes distâncias. O equipamento funciona bem em lagos, pequenas represas ou açudes e alguns rios de mangues.



Outro aspecto importante é que o pescador ficará sentado com a cintura dentro d’água. É comum o uso de wader (macacão impermeável) que o mantém seco e com o corpo aquecido, evitando câimbras ou uma lesão na musculatura das pernas quando a temperatura da água for baixa. No verão pescar sem wader no litoral é muito agradável.



Situações Diferentes

No caso da pesca em pequenos rios de mangue, o pescador deverá estar atento ao movimento da maré, o que vai ajudar muito no seu deslocamento. Quando a maré estiver subindo é o momento do pescador subir o rio também.



A grande vantagem de se pescar com float tube é a aproximação silenciosa dos pontos de pesca e estruturas. Outra vantagem é que, por ter um deslocamento lento, pode-se explorar por mais tempo determinado local, conseguindo melhores resultados, além de se atingir pontos que seriam impossíveis com um barco.



Em lagos, a primeira coisa que o pescador deve observar é a direção do vento. Tentar ir contra, dificulta a locomoção e a parada nos melhores pontos de pesca. O segundo aspecto é por onde entrar e sair do lago.

Nos grandes, dependendo das distâncias entre as margens, uma travessia pode durar o dia todo. O pescador deve se certificar se há condições para que a saída seja numa margem segura.




Acessórios

Atualmente existem uma grande variedade de acessórios que podem ser acoplados aos float tubes com finalidades diferentes. Muitos desses acessórios são específicos para determinados modelos (dedicados), outros, entretanto, podem ser utilizados por qualquer tipo.

Vejamos alguns. 


O primeiro deles, é a bomba para inflar o Float Tube. O modelo mais indicado é o DOUBLE ACTION PUMP, nos casos dos float tubes de vinil, onde as válvulas são diferentes daquelas que vemos nas câmaras dos pneus de carros, esta bomba vem com um kit intercambiável de bicos, poendo ser utilizada em qualquer tipo de bóia.

Existem diversas marcas mas o príncípio sempre é o mesmo. Ela solta o ar tanto no movimento para cima como para baixo, daí a dupla ação. Na foto mais abaixo, podemos observar o Negão enchendo seu float, usando uma bomba de dupla ação.

Para os float tubes com válvulas semelhantes àquelas das câmaras de pneus, uma boa bomba é aquela elétrica, que pode ser utilizada quando ligada no acendedor de cigarros dos carros. Na falta desta, uma bomba de pneu de bicicleta pode quebrar o galho. Caso o pescador não tenha a bomba a solução é encher a bóia em um posto de gasolina próximo ao local da pescaria. A bomba é, na minha opinião, um acessório indispensável e facilita a vida, já que o float pode ser transportado vazio até o local da pescaria.

NADADEIRAS, "Pés de Pato", ou Fins.

Antigamente, antes do invento das nadadeiras, os float eram utilizados com um pequeno par de remos ou sem nada, o pescador ficava a deriva ao sabor da correteza. Com o surgimento, por volta da década de 30, os float tubes ganharam maior popularidade.

Qualquer nadadeira serve. O modelo ao lado, entretanto, é o mais indicado porque pode ser utilizado com uma bota de vadeio ou sapatilha de praia, ou até mesmo um par de tênis velho. É importante notar uma cinta acoplada à nadadeira para fixa-la na canela, com isso não se corre o risco de ter uma perda de uma delas. Este tipo de nadadeira funciona bem, inclusive porque se o pescador resolver pescar fora do float tube, a remossão é rápida.
 
POITAS E ÂNCORAS


Este é um acessório que gera muita confusão. As âncoras para float tube tem uma única e exclusiva função: a de manter o float estacionado em determinado ponto, quando o pescador resolver sair e pescar fora da bóia. Tenho lido, com certa frequência, especialmente nos "FORUNS ESPECIALIZADOS", que as poitas podem ser utilizadas com o float em movimento, para retardar sua movimentação em locais que sofram a influência de correnteza ou maré.

No meu modo de entender, isso é uma tremenda bobagem, provavelmente escrita por quem nunca usou uma poita nessas condições.


Alguns aspectos devem ser levados em conta. O primeiro deles é o Float Tube por si só tem um deslocamento bastante lento. O contrôle de velocidade é feito com as nadadeiras. O pescador deve acompanhar o fluxo da maré (em rios de mangue) e deixar-se levar.

Tentar "brigar" com a correnteza somente vai gerar um desgaste físico.

Usar uma poita nessa situação pode ser ainda pior, pois adicionou-se um peso extra (quanto deve pesar uma poita para oferecer essa dita resistência??) que em nada vai contribuir. Isso se a poita estiver a meia altura.


Se a poita estiver raspando o fundo e for de qualquer modelo com ponta (danforth, bruce, por exemplo) a consequencia é que o float vai parar e a influência da maré, nesta situação pode ser desastrosa. No float tube as poitas são acopladas em uma das laterais. Isto gera um desequilibrio na estabilidade da bóia quando fundeada.

Se coloque na situação de estar parado no meio de um rio com maré forte e seu float preso ao fundo. No mínimo, você não conseguirá pescar. Na pior das hipóteses, o float poderá virar.

Uma única função que vejo no uso da poita para float tubes é na pesca em lagos com molinetes ou carretilhas e pesca com iscas naturais. Isto faz algum sentido, pois não há influência de maré e a pesca é passiva. Mas aqui estamos trantando de fly e nesse sentido o uso da poita é absolutamente desnecessário.

Já se discutiu o uso de correntes para gerar mais peso e maior resistência. Não resolve se o peso da corrente for pequeno. Experimente carregar 4, 5 ou 6 quilos de corrente durante uma jornada de pesca. O melhor é pescar em um barco, numa situação como essa.

Na minha opinião, que é a da grande maioria de pescadores com mosca que se utilizam de float tube, a poita é inutil a não ser para manter o float apoitado, quando se pesca fora dele. O resto é papo furado de quem nunca pescou com float, nem com poita nem sem poita. Mas estou pronto para opiniões diversas, acho que o debate é saudável.     

ROD HOLDER

Um acessório também inútil são os "porta varas". Normalmente, os belly boats vem com algumas cintas de velcro que se destinam a fixar a vara de fly, fazendo com que o pescador fique com as mãos livres. Por si só isto já é suficiente. Na foto ao lado podemos observar um modelo destes porta varas. Totalmente dispensável para fly , mas com alguma utilidade quando o pescador estiver usando uma vara de espera.

Na foto abaixo, podemos observar o Jonas segurando uma truta marron do lago Cuhue Chico na Patagônia Argentina. Note que a vara está fixa às cintas de velcro deixando que pescador possa manusear o peixe tranquiamente enquanto é fotografado
 
    


MOTOR ELÉTRICO

Muito já se discutiu sobre o uso do motor elétrico acoplado aos float tubes. Obviamente que um motor elétrico permite ao pescador um deslocamento maior e mais rápido do que se usado apenas com as nadadeiras.

Se o pescador quer velocidade e distância, compre um barco. Um bass boat! O Float tube não foi feito para isso. O espírito, a essência da pesca embarcada num bóião (como diria o Beto Saldanha) é outro.

Outro ponto é que os adaptadores para elétricos são destinados e voltados, na maioria das vezes, aos pontoons e não para os float tubes. Há uma diferença entre este tipo de embarcação. Os adaptadores para float tubes são exclusívos para determinados modelos e não para qualquer um.  Não que o pescador não possa fazer a tradicional "gambiarra" para adequar o acessório ao modelo do seu  float, mas geralmente não vai funcionar adequadamente.

Na foto podemos observar o adaptador acoplado atrás do pescador. É importante notar que o deslocamento é feito da mesma forma que o pescador estivesse usando apenas as nadadeiras. Neste caso, o elétrico terá que se manter fixo em uma única direção (a barra de controle deve estar bem presa) e o pescador não terá muitas condições de observar a direção que o float está tomando. Ou seja: ou ele controla o elétrico ou ele pesca.

É possível notar também que este modelo é bastante específico - é o chamado pontoon light (um misto de float tube com pontoon).  Na foto abaixo podemos observar em detalhe como está acoplado o acessório.

Se você tem um float tube em "O", por exemplo, essa adaptação já ficaria totalmente comprometida. Mesmo em um modelo em "U" seria dificil a adaptação.




Portanto, entendo que os acessórios dos elétricos para o float tube são absolutamente desnecessários também. Imagine a situação anterior, em um rio de mangue com maré correndo, poita pindurada, motor elétrico, pé de pato, vara de fly... e torça pra não ter mutuca.  

Mas nem tudo está perdido! Um acessório que considero bastante útil são as cintas para transportar o Float quando este estiver cheio.


PACKSTRAP

As cintas, conhecidas como packstrap, são 4 presilhas fixadas em duas cintas que servem para carregar o float tube nas costas, quando o pescador estiver se deslocando por terra, por exemplo entre dois lagos ou retornando ao ponto de partida. Estas presilhas são fixadas aos anéis dos float tubes e podem ser carregadas como uma mochila.

Desta forma, o pescador poderá se locomover de forma mais rápida, ficar com as mãos livrese ganhar tempo entre um ponto de pesca e outro, pois não terá que esvaziar e encher novamente a bóia.

Estas cintas podem ser adapdas, um pedaço de corda, por exemplo, que sirvam como alças.

A foto ao lado ilustra bem o modelo do kit. Note que as presilhas são de engate rápido. Depois do transporte, basta retira-las e guardar dentro dos próprios bolsos do floa tube.    Na patagônia, em parques nos EUA, onde os pontos de pesca são mais distantes (não sendo permitido se chegar com um carro) e os pescadores tem que se deslocar a pé esta forma de transportar o float tube é bastante comum.



Vantagens e Desvantagens do Uso do Float Tube 

Após um levantamento com amigos pescadores adeptos da pesca com float tube, destacamos as principais vantagens do equipamento.

Pontos Positivos


1) É um equipamento muito seguro. Não existe registro com acidentes com uso de float tube. Mesmo que a câmara de ar fure, o tempo para que se esvazie é longo e o pescador tem condições de chegar na margem. Caso o pescador, mesmo assim, não se sinta seguro, ele poderá usar um colete salva vidas.


2) Consegue-se chegar a um ponto de pesca silenciosamente e, por ter um deslocamento lento, o float tube permite explorar as áreas por mais tempo.



3) O equipamento pode ser transportado vazio, já que é composto por câmaras de ar. Desta forma, ocupa pouco espaço (cabendo dentro de uma sacola) e sua montagem exige poucos minutos.


4) Por ficar bem próximo da água o pescador tem condições de executar arremessos por baixo de estruturas ou em locais que normalmente não se conseguiria arremessar com uma embarcação convencional.

Pontos Negativos


1) O deslocamento é lento, dificilmente se atinge grande áreas. As mudanças para locais de pescas distantes ficam comprometidas.


2) É uma pesca solitária. Muito embora usemos o float tube com amigos (prática recomendável). Uma foto de um peixe ou o auxílio do companheiro de pesca em algum momento da pescaria podem ficar comprometidos.

3) Não se recomenda o uso de float tube em locais com grande movimentação de embarcações. Nos EUA, há restrições para seu uso em algumas áreas e em outras é proibido. No Brasil, ainda não há uma regulamentação para o seu uso.


Qual Modelo comprar?

Existem no mercado (especialmente o norte americano) diversos modelos, com qualidade, acabamento e, principalmente, preços diferentes.

Você pode encontrar um bom float tube de U$70.00 até U$500.00! mas independente do preço alguns detalhes são importantes.

  • Cada float tube tem uma capacidade de ar. geralmente os modelos são destinados ou mais indicados ao peso do pescador. Certifique-se que aquele modelo que você pretende comprar está adequado ao seu peso.
  • Os modelos redondos tem um limite no diâmetro da bóia (quando cheio). Alguns pescadores ficam literalmente INTALADOS. Se optar por um modelo redondo, verifique o diâmetro da bóia (cheia). Lembre-se que você poderá estar usando um wader, agasalhos e isso aumentará a sua área. 
  • O Brasil tem (por enquanto) uma única empresa que fabrica float tubes em "O".      
A escolha do float tube é muito particular, pois cada pescador sabe da sua necessidade e do seu bolso. Posso afirmar, com certeza, que será um "parceiro" para uma boa parte de suas pescarias. E como parceiro a gente escolhe, escolha o que for melhor! No meu modo de entender, os modelos em "U" são melhores que os em "O", pela simples comodidade em tomar assento e por serem mais folgados. Fica aqui o pedido que a empresa brasileira que produz o float tente desenvolver um modelo em "U". Ou que um concorrente resolva entrar na parada...
 
Dicas Importantes

1) Sempre, antes de iniciar a pescaria, verifique se o float tube está em perfeitas condições.

2) Não encha a câmara de ar em excesso. Respeite a orientação do fabricante (geralmente vem marcada a capacidade de ar para cada modelo). Ar em excesso pode fragilizar o equipamento.

3) Não esqueça de carregar seu lanche e bebidas. É comum o pescador passar muito tempo em locais distantes e de difícil retorno. Lembre-se de levar repelente e uma bolsa estanque para máquina fotográfica. Ela mantém o equipamento protegido.

4) Evite carregar coisas em excesso. Leve apenas o necessário.

5) Todo Float Tube importado vem com um Kit de reparo. Carregue o seu em suas pescarias.



Fotos: Arquivo FLY CAST, JONAS F. DUARTE, SERGIO MARCHIONI, JOÃO EMILIO DE CASTRO, FERNANDO LUIS DE MACEDO - "NEGÃO".


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Se for copiar ou citar em algum FORUM DE PESCA, favor indicar a fonte (coisa dificil de acontecer nesse país e nesse "mercado").

Se for publicar em alguma revista "especializada", lembre-se que existem direitos autorais.


Xô picaretagem!

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*Publicado em 24 de novembro. Editado em 26 de novembro de 2009.